31.3.13

A Casa de Pequenos Cubinhos

Um curta de criação de Kunio Katô, vencedor do Oscar de 2009 de Curta Animação, La Maison en Petits Cubes (A Casa de Pequeninos Cubinhos) é algo extremamente tocante. Não só pela simplicidade da história, mas por todo o simbolismo psicológico que carrega. O filme apresenta um velho senhor, que vive sozinho em uma cidade que está, aos poucos, submergindo. Para continuar a vida, é preciso construir casa sobre casa, pequenos cubinhos de história que se sobrepõe. Um dia ele submerge, e revisita sua vida. Você consegue perceber muitas sutilezas nas emoções que a personagem relembra, como o nascimento do amor, a passagem do tempo, a inevitabilidade do crescimento, amadurecimento, a volta à solidão e a capacidade de continuar. Recomendação do Literatortura para mim, e agora, minha para vocês.


Leia mais! →

27.3.13

Cem Anos de Perdão

Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas.

Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. "Aquele branco é meu." "Não, eu já disse que os brancos são meus." Parávamos às vezes longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

Começou assim. Numa dessas brincadeiras de "essa casa é minha", paramos diante de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume.

Então não pude mais.
O plano se formou em mim instantaneamente, cheio de paixão. Mas, como boa realizadora que eu era, raciocinei friamente com minha amiguinha, explicando-lhe qual seria o seu papel: vigiar as janelas da casa ou a aproximação ainda possível do jardineiro, vigiar os transeuntes raros na rua. Enquanto isso, entreabri lentamente o portão de grades um pouco enferrujadas, contando já com o leve rangido. Entreabri somente o bastante para que meu esguio corpo de menina pudesse passar. E, pé ante pé, mas veloz, andava pelos pedregulhos que rodeavam os canteiros. Até chegar à rosa foi um século de coração batendo.

Eis-me afinal diante dela. Para um instante, perigosamente, porque de perto ela é ainda mais linda. Finalmente começo a lhe quebrar o talo, arranhando-me com os espinhos, e chupando o sangue dos dedos.
E, de repente - ei-la toda na minha mão. A corrida de volta ao portão tinha também de ser sem barulho. Pelo portão que deixara entreaberto, passei segurando a rosa. E então nós duas pálidas, eu e a rosa, corremos literalmente para longe da casa.

O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha.

Levei-a para casa, coloquei-a num copo d'água, onde ficou soberana, de pétalas grossas e aveludadas, com vários entretons de rosa-chá. No centro dela a cor se concentrava mais e seu coração quase parecia vermelho.

Foi tão bom.

Foi tão bom que simplesmente passei a roubar rosas.
O processo era sempre o mesmo: a menina vigiando, eu entrando, eu quebrando o talo e fugindo com a rosa na mão. Sempre com o coração batendo e sempre com aquela glória que ninguém me tirava.

Também roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. Nunca cheguei a vê-la, além de uma ponta de telhado. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensanguentados. Colhia várias que ia comendo ali mesmo, umas até verdes demais, que eu jogava fora.

Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.

Clarice Lispector

Leia mais! →

26.3.13

I'll Be There For You - The Rembrandts

The Rembrandts - I'll Be There For You (Friend's Theme)

It's like you're always stuck in second gear 
Well it hasn't been your day, your week, your month, 
or even your year, but.. 

I'll be there for you 
When the rain starts to pour
I'll be there for you 
Like I've been there before 
I'll be there for you 
'Cuz you're there for me too...




Leia mais! →

Ariano Suassuna na 1ª CNDR

Na quarta-feira (20), um dos destaques da 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (CNDR), que acontece em Brasília, foi a palestra do escritor Ariano Suassuna. O escritor contou histórias da sua vida e ressaltou a cultura brasileira diante de plateia que contou com a presença de Michel Temer e Fernando Bezerra Coelho. A 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional tem por finalidade a promoção de um debate de âmbito nacional, do qual resulte princípios e diretrizes para reformulação da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), por intermédio da concertação federativa e social.


Leia mais! →

24.3.13

40 anos de Dark Side

Hoje é o aniversário de 40 anos do lançamento do álbum The Dark Side of the Moon, da banda Pink Floyd. Vamos comemorar? *-*



Leia mais! →

22.3.13

A primavera japonesa

No post anterior, sugeri que os viajantes pegassem o primeiro avião e desembarcassem na Holanda para ver as tulipas coloridas que enfeitam o Keukenhof. Mas é de suma importância que os viajantes que se dispuserem a sair correndo até a Holanda também façam uma "paradinha" no Japão e se deliciem com as Sakuras! Sim, meus leitores, elas estão desabrochando. Essa semana, elas embelezaram Tóquio, mas a linha de frente das cerejeiras continua até o final de abril rumo ao norte do país. Não percam!





Leia mais! →

21.3.13

Começa a Primavera

Calma, eu não enlouqueci! Por mais que aqui, no hemisfério sul, esteja começando o outono, no hemisfério norte é primavera, e o Keukenhof abre suas portas para os visitantes de todo o mundo. O Parque está entre Amsterdã e Haia, na Holanda. São 32 hectares de tulipas, as flores típicas do país. Além de percorrer os 15 quilômetros de trilhas pelos campos e pavilhões de flores, os visitantes têm a opção de alugar bicicletas, fazer passeios de barco e até sobrevoar a área em um pequeno avião. O local tem ainda restaurantes e playgrounds para crianças.E não são só tulipas que podem ser vistas. Jacintos, narcisos e outras flores de primavera se espalham pela área e pelos pavilhões. A temporada de 2013 foi inaugurada hoje pelo ministro da economia do país e segue até o dia 20 de maio.

Vai ficar fora dessa? Pegue sua câmera e aproveite!




Leia mais! →

19.3.13

Procura-se

Rubem Braga 

Procura-se aflitivamente pelas igrejas e botequins, e no recesso dos lares e nas gavetas dos escritórios, procura-se insistente e melancolicamente, procura-se comovida e desesperadamente, e de todos os modos e com muitos outros advérbios de modo, procura-se junto a amigos judeus e árabes, e senhoras suspeitas e insuspeitas, sem distinção de credo nem de plástica, procura-se junto às estátuas e na areia da praia, e na noite de chuva e na manhã encharcada de luz, procura-se com as mãos, os olhos e o coração um pobre caderninho azul que tem escrita na capa a palavra “endereços” e dentro está todo sujo, rabiscado e velho.

Pondera-se que tal caderninho não tem valor para nenhuma outra pessoa de boa-fé, a não ser seu desgraçado autor.

Tem este autor publicado vários livros e enchido ou bem ou mal centenas de quilômetros de colunas de jornal e revista, porém sua única obra sincera e sentida é esse caderninho azul, escrito através de longos anos de aflições e esperanças, e negócios urgentes e amores contrariadíssimos, embora seja forçoso confessar que há ali números de telefone que foram escritos em momentos em que um pé do cidadão pisava uma nuvem e outro uma estrela e os outros dois… – sim, meus concidadãos, trata-se de um quadrúpede.

Eu sou um velho quadrúpede e de quatro joelhos no chão eu peço que me ajudeis a encontrar esse objeto perdido.

Pois eis que não perdi um simples caderno, mas um velho sobrado de Florença e um pobre mocambo do Recife, um arcanjo de cabelos castanhos residente em Botafogo em 1943, um doce remorso paulista e o endereço do único homem honrado que sabe consertar palhinha de cadeira no Distrito Federal.

O caderno é reconhecível para os estranhos mediante o desenho feito na folha branca do fim, representando Vênus de Milo em birome azul, cujo desenho foi feito pelo abaixo assinado no próprio Museu do Louvre, e nesse momento a deusa estremeceu.

Haverá talvez um número de telefone rabiscado no torso da deusa, assim como na letra K há trechos de um poema para sempre inacabado escrito com letra particularmente ruim.

Na segunda página da letra D há notas sobre vencimentos de humildes, porém nefandas dívidas bancárias, e com uma letra que eu não digo começa o nome de meu bem, que é todo o mal de minha vida.

Procura-se um caderninho azul escrito a lápis e tinta e sangue, suor e lágrimas, com setenta por cento de endereços caducos e cancelados e telefones retirados e, portanto, absolutamente necessários e urgentes e irreconstituíveis.

Procura-se, e talvez não se queira achar, um caderninho azul com um passado cinzento e confuso de um homem triste e vulgar… Procura-se, e talvez não se queira achar.

Outubro, 1948

Leia mais! →

17.3.13

O Homem Nu

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

Fernando Sabino

Leia mais! →

Swim

Senhoras e senhores, é com muito prazer que apresento Luke Deacon! Cantando Swim.
(Para quem gostou do sobrenome, ele é filho do sr. John Deacon, nosso baixista mais querido do mundo.Vai dizer que não é a cara do pai?)


Leia mais! →

14.3.13

Poema XVI

Agora só espero a despalavra: a palavra nascida
para o canto - desde os pássaros
.
A palavra sem pronúncia, ágrafa.
Quero o som que ainda não deu liga.
Quero o som gotejante das violas de cocho.
A palavra que tenha um aroma cego.
Até antes do murmúrio.
Que fosse nem um risco de voz.
Que só mostrasse a cintilância dos escuros.
A palavra incapaz de ocupar o lugar de uma
imagem.
O antesmente verbal: a despalavra mesmo.

Manoel de Barros, in Retrato do artista quando coisa

Feliz Dia Nacional da Poesia - 14 de março

Leia mais! →

11.3.13

Oração para Aviadores

Foto de Bruno Gorski

Santa Clara, clareai
Estes ares.
Dai-nos ventos regulares,
de feição.
Estes mares, estes ares
Clareai.

Santa Clara, dai-nos sol.
Se baixar a cerração,
Alumiai
Meus olhos na cerração.
Estes montes e horizontes
Clareai.

Santa Clara, no mau tempo
Sustentai
Nossas asas.
A salvo de árvores, casas,
E penedos, nossas asas
Governai.

Santa Clara, clareai.
Afastai
Todo risco.
Por amor de S. Francisco,
Vosso mestre, nosso pai,
Santa Clara, todo risco
Dissipai.

Santa Clara, clareai.

Manuel Bandeira

Leia mais! →

Coisas da Terra

Todas as coisas de que falo estão na cidade
entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis
e eternas
como o teu riso
a palavra solidária
minha mão aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo
que volta
e acende sua flama inesperada
no coração de maio.

Todas as coisas de que falo são de carne
como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.

São coisas, todas elas,
cotidianas, como bocas
e mãos, sonhos, greves,
denúncias,
acidentes do trabalho e do amor

Coisas, de que falam os jornais
às vezes tão rudes
às vezes tão escuras

que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.


Mas é nelas que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda em estado de soluços e esperança.


Ferreira Gullar

Leia mais! →

Chuvas de Março

Águas de Março - Tom Jobim (Interpretação Tom e Elis)




Leia mais! →

9.3.13

Parque Nacional do Pico da Neblina

Imagine um só Parque Nacional abrigar as duas montanhas mais altas do Brasil? Essa é a realidade do Parque Nacional do Pico da Neblina. Com uma área de aproximadamente 22.500 km², o Parque é uma unidade de conservação brasileira localizada no norte do estado do Amazonas, próximo a fronteira da Venezuela. Essa localização te faz lembrar o Parque Nacional do Monte Roraima? Não é coincidência. O Parque Nacional do Pico da Neblina, junto com o Parque Nacional da Serra do Divisor, Parque Nacional do Cabo Orange, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e o Parque Nacional do Monte Roraima < já homenageado neste humilde site > formam o conjunto de Parques Nacionais fronteiriços da Amazônia Brasileira.


O território do Parque Nacional do Pico da Neblina está distribuído pelos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Os dois picos que ele abriga (Pico da Neblina e o Pico 31 de Março) têm, respectivamente, 2.993,8 m e 2.972 metros de altitude. A administração do Parque cabe ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. (ICMBio)
E quais são as grandes atrações? Bem, obviamente temos o Pico da Neblina (a montanha mais alta do Brasil), que, para os aventureiros experientes, oferece uma trilha de trekking em meio à mata fechada, com duração de quatro a cinco dias. Esse programa só vale com autorização do ICMBio. Mas o Pico está localizado na Serra do Imeri, que tem uma beleza natural que encanta o viajante. Na fauna da região encontramos alguns mamíferos e aves ameaçados de extinção, como o macari-preto, cachorro-do-mato-vinagre, onça-pintada, gavião-pega-macaco, gavião-de-penacho e galo-da-serra. A região abriga, ainda, população de origem Yanomami.


Uma curiosidade é que até meados da década de 1960, a atual área que abrange o Parque Nacional do Pico da Neblina era considerada como "terra de ninguém". O Brasil e a Venezuela ainda não haviam terminado com os litígios fronteiriços. O lugar estava completamente intocado, até a descoberta do ouro na região. A chegada ao topo do Pico da Neblina só veio a ocorrer em 1965.

Se você procura diversão em meio a natureza, gosta de escaladas e trilhas, este é o local ideal.




Informações retiradas dos sites: http://www.brasil.gov.br/ e http://pt.wikipedia.org/

Leia mais! →

Dois Amantes Felizes

Dois amantes felizes fazem um só pão,
uma só gota de lua sobre a erva,
deixam andando duas sombras que se juntam,
deixam um único sol vazio numa cama.


De todas as verdades escolheram o dia:
não se atavam com fios, mas com um aroma,
e não despedaçaram a paz nem as palavras.
A alegria é uma torre transparente.

O ar, o vinho, vão com os dois amantes,
a noite dá-lhes as suas pétalas felizes,
têm direito aos cravos que apareçam.

Dois amantes felizes não têm fim nem morte
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.


Pablo Neruda

Leia mais! →

8.3.13

Ilhas Phi Phi, Tailândia

Para quem assistiu A Praia, dirigido por Danny Boyle estrelado por Leonardo Di Caprio, o cenário deste roteiro que escrevo é familiar. São nessas ilhas em que o enredo se desenvolve - especificamente, é em uma dessas ilhas apenas - e o cenário é encantador, sem fazer desfeita nas telonas
As Ilhas Phi Phi são um arquipélago de seis ilhas na Tailândia, conhecidas como as joias do mar de Andaman. O arquipélago fica na província de Krabi.
Das seis ilhas componentes do arquipélago, a única habitada é Phi Phi Don. O cenário do filme de Boyle foi a ilha Phi Phi Leh. Tanto essas quanto as outras quatro são protegidas com status de parque nacional. Para constar os outros nomes: Bamboo, Yung, Bida Nok e Bida Nai. A maior parte do movimento está em Phi Phi Don (sendo a única habitada, não é surpresa que lá esteja concentrada a vida urbana do arquipélago).
Segundo alguns reviews que estão pelos site aí na internet, ficar em Phi Phi Don é uma ótima opção, com variedade de hotéis e bangalôs de praia por preços razoáveis, mas, para os aventureiros e amantes de praia como nós, também pode-se acampar em algumas das praias das ilhas de Phi Phi. E essa também é uma ótima escolha para quem busca sossego e tranquilidade, longe da movimentação de turistas. 
Imagina aquela areia branca, fininha, sob os pés, o sol ameno batendo nos cabelos, o mar azul borbulhando nos ouvidos junto com o canto dos pássaros... É isso que você encontra nas ilhas Phi Phi. E a melhor parte é que as maravilhas não se restringem à superfície, inclusive, elas são até mais abundantes debaixo d'água, entre corais e tubarões. Não perca essa chance.




Algumas dicas valiosas para aproveitar bem seu passeio estão nesse site > http://viajeaqui.abril.com.br/ <.
Divirta-se.





Leia mais! →

3.3.13

E a bolsa masculina?

Vou a um encontro formal. Boto paletó e gravata. E começo a encher os bolsos: chaves, celular, caneta, cartões de crédito e de visita, carteira, documentos pessoais e do carro, talão, óculos de sol, lenço, iPod — ninguém é de ferro. Em minutos meu terno estufa. O botão do paletó não fecha por causa do celular. Meu traseiro fica quadrado devido aos documentos acomodados nos bolsos de trás. A calça, por causa do peso, escorrega pela barriga, que salta sobre o cinto! E minha elegância desaparece! Pior: dali a pouco tudo se confunde. Para achar algum desses itens, vasculho o interior de minhas roupas com os dedos. Vou pegar a caneta e retiro as chaves.

O vestuário masculino tornou-se obsoleto, essa é a verdade. As sortudas das mulheres têm as bolsas. A bolsa feminina equivale à caixa-preta do avião. Só se sabe o que há lá dentro após uma investigação minuciosa. São itens variados, que vão de maquiagem a tíquetes de passagens antigas e fotos de entes queridos amassadas. Mas é confortável. A proprietária de uma bolsa enfia o que quiser lá dentro. Resgata quando houver necessidade. Mesmo se for preciso espalhar o conteúdo no sofá. E, em casos extremos, chamar o Corpo de Bombeiros!

A bolsa masculina já esteve em moda. Não me refiro à época dos hippies barbudões com horrendos artefatos de couro cru e sandálias nos pés. Houve um tempo em que homens usavam bolsas elegantes. Recheadas de inutilidades, mas, apesar dessa contradição, úteis. Grandes grifes ainda produzem bolsas masculinas. Poucos as usam.

As pochetes são práticas, mas ganharam fama de cafonas. Confesso: tenho horror! Existe imagem mais brega do que a de um barrigudo com o botão aberto no umbigo e uma pochete estufada no cinto?

Os executivos preferem as pastas. Elas costumam oferecer compartimentos para laptop, documentos variados, bloco de notas, remédios, três ou quatro celulares, enfim... tudo! Tais quais as bolsas femininas, abrigam mistérios. Só são esvaziadas de tempos em tempos, diante de uma ameaça de divórcio, por exemplo. Com frequência, moscas, vespas e até aranhas secas são encontradas entre a papelada.

Pastas são sérias demais. Não combinam com um jeans informal, uma camiseta leve e tênis. E o pior: é muito fácil esquecê-las. Ou vê-las arrebatadas pelas mãos de um larápio. Hoje em dia, perder um laptop ou celular pode se transformar em prejuízo irremediável. Vão embora os contatos comerciais, endereços, enfim... a vida toda!

Alguns preferem mochilas. Executivo de terno e gravata com mochilinha de lona nas costas é uó. Livros, laptop, documentos, perfumes, desodorantes, cuecas limpas e até sujas no caso de viagens rápidas lutam para se acomodar dentro da lona. Eu já imagino: o executivo marca uma reunião com o presidente de um banco para pedir um empréstimo. Vai pegar o laptop para mostrar o projeto. E retira uma cueca, a escova e a pasta de dentes!

Os papas da moda masculina vivem discutindo o número de botões de paletós, a largura das lapelas, se as barras são para dentro ou fora. Redesenham relógios que se tornam cada vez mais inúteis em um mundo onde se veem as horas no celular. Mas ninguém propõe uma solução radical para a roupa do homem.

A volta da bolsa é apenas um item. Enquanto a moda feminina evolui e se transforma a cada ano, a masculina marca passo. Olho as vitrines dos shoppings e tudo é semelhante ao ano passado. Fico pensando: quando algum estilista oferecerá uma mudança radical, capaz de fazer a cabeça de todos nós e tornar o traje masculino realmente prático e confortável?

Walcyr Carrasco

Leia mais! →

2.3.13

Mamonas Assassinas - 17 anos

Dia 2 de março de 1996 terminava a carreira da banda Mamonas Assassinas em um fatídico acidente aéreo. Para nós, brasileiros, é um marco na história da música. Os jovens fizeram sucesso com um rock cômico e conquistaram mais de 3 milhões de vendas com seu único álbum, Mamonas Assassinas.
Segue o clipe de Pelados em Santos, um dos grandes sucessos da banda.
Impossível esquecê-los.


Leia mais! →