"Começou o arranque a trezentos metros. As pontas das asas vibravam e ressoavam contra o vento gigante. O barco e a multidão de gaivotas cresciam à velocidade de um meteoro e lançavam-se diretamente no seu caminho.
Não podia parar; e ainda nem sabia como iria virar àquela velocidade.
A colisão seria morte instantânea.
Era melhor fechar os olhos."
"Podemos subtrair-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!"
"Fernão Gaivota passou o resto os seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem resusado a acreditar na glória do voo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e a ver."
"O que outrora desejara para o Bando tinha-o agora para si. Aprendera a voar e não lamentava o preço que pagara por isso. Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões porque a vida de uma gaivota é tão curta e, sem isso a perturbar-lhe o pensamento, viveu de fato uma vida longa e feliz."
A História de Fernão Capelo Gaivota
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