8.1.12

Bolívia com sal, por favor.


No centro-oeste da América do sul, a Bolívia esconde seus mistérios. Lar dos Incas antes da colonização espanhola, o país nos traz uma série de belezas naturais difíceis de se encontrar sobre um mesmo território. Por exemplo, no ocidente está a cordilheira dos Andes, com o pico mais elevado, o Nevado Sajama, a chegar aos 6542 metros, o centro do país é formado por um planalto, o Altiplano, onde vive a maioria dos bolivianos. O leste do país é constituído por terras baixas e coberto pela floresta úmida da Amazônia. O lago Titicaca situa-se na fronteira entre a Bolívia e o Peru. No extremo sul, localiza-se o Chaco boliviano, pantanoso na estação chuvosa e semi-desértico nos meses de seca. E, aquilo que me levou a escrever o roteiro de hoje e será nosso assunto das próximas linhas, está no ocidente, no departamento de Potosí: o Salar de Uyuni, a maior planície de sal do mundo.





Sim!, planície de sal. Um imenso deserto de 12.000 km² de extensão que, estima-se, contenha 10 bilhões de toneladas de sal. Acredita-se que o Salar tenha se formado há 40.000 anos atrás, fruto do secamento do lago Michin, que deixou para trás também um outro deserto menor, o Coipasa. O Salar de Uyuni é indispensável ao bom viajante, afinal, existe por lá uma infinidade de atrações turísticas. Além do sal, é claro. O Salar em si já é algo de se maravilhar. Quando seco, o deserto salgado nos proporciona uma sensação única de se confrontar com o novo, o curioso, o impensável. Por exemplo, a visão das estrelas do Salar de Uyuni é sobrenatural. A completa escuridão da imensa planície combinados com o frio abaixo de zero que se espera na noite do deserto proporcionam uma vista do céu deslumbrante.




Há também no Salar uma ilha, chamada de Ilha do Pescado - uma pequena elevação de terra que traz como curiosidade não ser cercada de água, mas sim de sal. E essa localização improvável não impediu a mãe natureza de fazer seu trabalho e colocar, em meio a tanto sal, uma concentração considerável de seres. São formações de recifes e também, principalmente, os cactos. Imensos e poderosos, alguns com 10 metros de altura, se erguem inesperadamente naquela pequena ilha, cercados pela superfície branca.




O Salar fica todo acessível entre abril e novembro. Neste mês começa o verão e as chuvas, o que transforma o deserto num lago concentrado de 30 cm de profundidade que chama atenção de alguns tipos de flamingos, como o flamingo chileno. E ainda existem na região algumas piscinas naturais e lagoas de águas termais.



Seja pela beleza fora do comum, seja por tudo que a região traz de surpreendente, o fato é que o Salar de Uyuni deve estar no roteiro. Ou não? ~Ç

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