Rubem Alves - Provocações

                            Ao colocar duas mentes brilhantes frente a frente, tem-se uma surpresa. No programa Provocações, uniram-se numa conversa envolvente Rubem Alves e Antônio Abujamra. Falou-se de educação, de filosofia, de felicidade e prazer. Jornalista e entrevistado parecem dois amigos e transportam o telespectador para junto desse debate. Uma conversa inesquecível e provocante.

                            Para instigar a curiosidade dos leitores, separei alguns trechos da entrevista antecedendo os vídeos. Assista, assimile, apaixone-se. ~Ç

"Um século depois ainda não conseguimos suplantar a corrida entre a educação e a catástrofe".
"Não é possível que, sendo as criancinhas tão inteligentes, os adultos sejam tão estúpidos".
"Eu me encantei com a comunicação de ideias". "Eu descobri que um artigo de duas páginas comunica mais do que um livro de trezentas. E descobri que uma metáfora vale mais do que todas as explicações".
"Quando a gente fala que está 'ganhando tempo', a gente não está ganhando tempo, a gente está estragando o tempo".

"A poesia é frágil. Ela precisa de poder".
"O amor é a coisa mais triste quando se desfaz".

"A gente vai vivendo. Se acontecer, aconteceu. Qualquer problema, a gente reconstrói a arca e parte com Noé".
"Tem esperança de que as coisas na educação nesse país ainda vão mudar um dia? - Eu preciso ser verdadeiro: a minha esperança é muito frágil".

"Eu digo que 'grade curricular' foi uma expressão inventada por um carcereiro desempregado".
"Não existe ensino. Existe aprendizado".
"Eu pensei construir um currículo que tivesse a casa como seu laboratório".
"O criança é o centro do mundo, do ponto de vista educacional."
"Um escola sem salas de aula, sem classes separadas, sem um programa oficial a cumprir, existe em Portugal. Conta para gente".

"Eu aprontei o crime supremo das Igrejas: eu pensei diferente. A Inquisição não matou ninguém, por assassinato, por imoralidade. Ela caçava, não as pessoas moralmente pervertidas, ela caçava pessoas com ideias diferentes, porque as ideias diferentes fazem transformações fantásticas".
"A Igreja Católica se desenvolveu em torno de um nervo sexual exposto, de dor insuportável".
"Esse é um dos problemas da Igreja: a dificuldade de mudar, aceitar que ela não foi perfeita e que, portanto, ela pode mudar".
"Se uma coisa pode dar errado, ela dará errado".
"Eu gostaria que o mundo fosse mais manso, eu gostaria que as escolas e as autoridades passassem a levar a sério, não apenas as grades curriculares, mas passassem a levar a sério essas pequenas enormes tragédias que estão sendo geradas constantemente".

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