15.4.12

Atacama, uma viagem.

Há quem não veja beleza nos desertos. Mas sempre achei que havia neles algo de filosofia que vai para muito além do que posso explicar para vocês, meus leitores. A vastidão do deserto é fascinante como a vastidão do oceano, do céu e da alma. E quando um homem contempla sozinho o infinito, algo do infinito se instala no homem e ele então, talvez, se reconheça no mundo. Mas são só divagações iniciais, que te conduzem e me conduzem ao roteiro de hoje, o Deserto do Atacama.

O deserto mais alto e mais árido do mundo fica do norte do Chile até a fronteira com o Peru. São quase 1.000 quilômetros de extensão, e uma área de mais de 100.000 quilômetros quadrados. Os registros de chuva sobre a área é impressionante, visto que são quase nulos nos últimos 50 anos (abaixo de 3mm!). As espécies que vivem por lá, bem como a flora, estão altamente adaptados a essa situação extrema. A temperatura varia de 0ºC a 40ºC e não permite que as águas que descem as Cordilheiras dos Andes cheguem a formar lagos. Elas evaporam antes e deixam só o vestígio salgado no imenso Salar de Atacama. Os flamingos que habitam por lá já readaptaram o seu organismo para eliminar tanto sal. As plantas não fazem por menos.

A paisagem conta com montanhas geladas e vulcões, a maioria extintos. Esses trazem ao deserto os belíssimos gêiseres, fenômenos que ocorrem quando as águas subterrâneas encontram-se com a lava vulcânica e saem jatos quentes de vapor que chegam a 10 metros de altura. É no Deserto do Atacama que está o vulcão mais alto do mundo, de quase 7.000 metros de altura. É o Ojos del Salado. Algumas depressões e vales completam o encanto, criando alguns oásis nesse paraíso que permitem a formação de algumas cidadezinhas como São Pedro do Atacama, a mais procurada pelos turistas e pesquisadores.


Sim! Pesquisadores. O céu do deserto é fantástico. Felizmente, ainda não há luzes o bastante para ofuscar a perfeição da noite do Deserto do Atacama. Então astrônomos e geógrafos vão estudar o céu lá.






Vale a pena visitar tudo isso que já citei, mais um milhão de cousas. Como o Vale da Morte, que só tem esse nome porque você não encontra muita vida por lá, apenas pedras e pedras e areia. A Cordilheira do Sal, que costumava ser um lago, mas hoje é só uma formação mineral que traz variadas tonalidades e colorações. O Vale da Lua é uma depressão que abriga uma variedade enorme de iguanas e, comparado ao resto do Atacama, tem uma variedade legal de animais e plantas.




Ah sim, também deve constar no roteiro a escultura de Mario Irarrázabal, A Mão do Deserto. Com seus 11 metros de altura, ela chama a atenção construída ao lado da estrada panamericana, que vai do norte ao sul do Chile. Foi construída para representar um afogamento nas areias do deserto. Espetacularmente irresistível. Vale a pena visitar.


Que tal uma caminhada por lá?


Para mais informações, indico:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto_de_Atacama
http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/
http://super.abril.com.br/ecologia/deserto-atacama

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