17. Respire no alto
Mais que uma vista bonita, os mirantes nos dão a chance de enxergar o planeta por outra perspectiva, nos possibilitam sair do mundo em que vivemos. “É um exercício de desapego, como se eu saísse de meu próprio corpo. Ao contemplar a paisagem do alto, tenho a sensação de que não faço parte daquela loucura e desordem lá de baixo”, diz a massoterapeuta Cláudia Karem de Oliveira. A rigor, qualquer ponto alto pode ser um local para o descanso dos olhos e da mente. Nas metrópoles, onde os arranha-céus dominam a visão, eles são essenciais. “Localidades sem horizonte podem até causar problemas de saúde. O mirante é um respiro para a cidade”, afirma o urbanista Renato Cymbalista, do Instituto Pólis de São Paulo. No Brasil não faltam opções. Não por acaso, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, são nossos cartões-postais mais conhecidos. E não são poucas as cidades batizadas em homenagem à vista que seus primeiros visitantes tiveram ali, a começar pela capital mineira. Olhar de cima para baixo dá a impressão que o fluxo do tempo foi interrompido, enquanto embaixo a vida segue sem dó. Então, suba o morro! Elevar-se é o princípio de toda transcendência.
Ferdinando Martins
Ferdinando Martins
Voar! Voar deve ser bom. É alto. E respira-se lá em cima, suponho eu. Logo, voar é bom.
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