3. Mude a Perspectiva
Pela janela do avião apertado, o mundo foi ficando pequenininho. Primeiro foram as pessoas. Depois, os carros. Em seguida, as árvores e as poucas construções em volta. Chegamos ao alto. Amarrado ao pára-quedista, enfrento o vento trovejante e atravesso a pequena porta da aeronave (ao procurar um instrutor, consulte a Confederação Brasileira de Pára-Quedismo). Meu guia se apóia em uma haste e ficamos os dois ali, dependurados na asa. Um pouco depois, o instrutor larga o apoio. Despencamos. Minha primeira reação é procurar algo em que me segurar. A sensação é de morte iminente. Meu cérebro sabe que essa sensação é provocada pela aceleração, que dura uns 15 segundos. Mas o coração insiste em bater na garganta. Logo a resistência do ar se equivale à gravidade e estacionamos nos 300 quilômetros por hora. Sinto um alívio. E lembro de olhar para baixo. Os prédios, os carros e as pessoas crescem de novo. O pára-quedas se abre. Pousamos. Engraçado, algo mudou no mundo aqui do chão. Os dias passam e noto que os problemas cotidianos que antes pareciam gigantes ganharam perspectiva. Ficaram pequeninos, comparados ao mistério que é estar vivo.
Rodrigo Vergara
Rodrigo Vergara
Deve ser bom demais, moça. DEMAIS. ~Ç
ResponderExcluirO problema é que é caro...
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