34. Anote Suas Emoções
Escrever é um certo desabrochar, dizia a escritora Clarice Lispector. Normalmente, o ato de escrever é ligado a um talento nato. Mas também pode ser um prazer pessoal e até uma forma e desabafar. "Sinto que certas coisas precisam ser registradas, pode ser uma frase que ouvi, uma cena que assisti", diz Luís Fernando Alves, assistente administrativo que faz da escrita seu momento de reflexão. "Costumo colocar no papel o que me causa tristeza e também o que me faz bem e me ajuda a sair daquele estado de espírito". Escrever acaba sendo um mergulho dentro de si, um exercício em que podemos descobrir mais sobre nós mesmos. É o que pensa o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP Edvaldo Lima, que criou um método de escrita chamado "Escrevendo a partir do lado direito do cérebro". Nele, a pessoa primeiro escreve o que vier à cabeça usando a emoção, que rege o lado direito do cérebro, sem se preocupar com a forma e o português. Depois de um tempo entra a lógica, comandada pelo outro lado do cérebro: você relê e corrige a ortografia. Clarice, que teve a escrita como profissão, não relia o que escrevia. Eu releio e reescrevo até ficar simpático. O importante é se expressar, imortalizar um sentimento. Já dizia o poeta chileno Pablo Neruda: "Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias".
Renata Pucci
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