40. Desligue Seu Celular
O telefone celular chegou ao mercado brasileiro há dez anos e parece que veio para ficar. A praticidade e a economia de tempo que ele proporciona já leva muita gente a pensar que não conseguiria viver sem o aparelhinho. A adesão é tão grande (só no Brasil há mais de 30 milhões de usuários) que anda necessário lembrar que, sim, há vida inteligente longe do portátil. É o que faz o movimento mais os menos organizado dos sem-celular, que conta em suas fileiras com gente como o escritor Umberto Eco - que abordou o tema no artigo Como Não Usar o Telefone Celular, no livro O Segundo Diário Mínimo. Segundo Eco, à exceção de doentes, médicos e adúlteros, ninguém precisa, de fato, de celular. Para os sem-celular, abandonar o aparelho tem muitas vantagens, como manter a privacidade, preservar os saudáveis momentos de solidão e favorecer encontros espontâneos. Mas é possível chegar a um meio-termo nessa história. "A exemplo de outras tecnologias, é uma questão de saber usar. O celular pode nos aproximar dos outros, como também pode controlar nossos passos", diz o filósofo Rogério da Costa, coordenador do Laboratório de Inteligência Coletiva da pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ou seja, não é preciso abandonar o aparelhinho para experimentar a liberdade de que fala Eco. Mas desligar-se dele de vez em quando pode ser bastante saudável.
Ana Paula Orlandi
Opa! Acho que sou um sem-celular.
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