35. Medite Andando
A viagem pela estrada dura pouco: o destino é o entorno da
cidade de São Paulo. O grupo é heterogêneo: tem comerciante, educador,
jornalista, criança, idoso. O objetivo é comum: embarcar em mais uma caminhada
filosófica para descobrir áreas naturais preservadas e se perceber na natureza.
“A caminhada filosófica é trabalho de formiguinha, quer ser transformadora na
relação do homem com o meio ambiente e resgatar o sentimento de unidade”, conta
Rita Mendonça, educadora ambiental que criou o programa, organizado pela
Associação Palas Athena (11/3266-6188, www.palasathena.org).
Percorrer a praia ao lado da mata é pura sensibilização, com atividades
orientadas que seguem a lógica de que é preciso transformar o sentimento
(origem do pensamento) para promover uma renovação profunda. Com ensinamentos
de Aristóteles na cabeça, vamos andando – e o movimento nos coloca em contato
com a pulsação da vida. Hora de apurar os sentidos. De olhos fechados, vamos
identificar os sons: sabiá, riacho, vento, mosquito, mar. O coração se abre. Na
trilha das surpresas, encontramos objetos manufaturados, estrategicamente
colocados no meio do caminho. Rita diz: “Reparem, têm menos vitalidade que uma
folha seca”. Diante de uma frondosa paineira, uma entrevista silenciosa para
imaginar sua idade, suas alegrias, seus testemunhos. A árvore não era mais um
objeto.
Tatiana Achcar
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